A tomada de decisão é algo que ocorre constantemente no nosso dia a dia, desde assuntos mais simples, como a melhor roupa a usar no ambiente de trabalho, até temas mais complexos, a exemplo das definições sobre carreira ou finanças. Independentemente da situação, toda escolha nos expõe a riscos, sejam eles visíveis ou não. 

Mas qual o significado da palavra risco? Chamamos de risco a possibilidade de dano e suas consequências indesejadas, decorrentes de uma decisão equivocada, de algo que não sai conforme o planejado, ou de um evento negativo imprevisto. Alguns riscos têm maior probabilidade de ocorrer do que outros, assim como a gravidade das consequências e a força do impacto podem variar. Tudo depende do tipo de risco em questão e de circunstâncias específicas.

No mundo corporativo, a fim de entender quais pontos podem impactar negativamente as instituições, em geral classificamos os riscos em três grandes grupos:

• Riscos externos: aqueles que não podem ser controlados e incluem questões político-sociais, desastres naturais etc.;
• Riscos estratégicos: os que a empresa conhece e assume. De certa forma, são riscos que podem ser controlados ou avaliados;
• Riscos previstos: deve-se pensar nos riscos que são inerentes ao dia a dia e aos processos realizados pela empresa. De maneira estratégica, podem ser identificados e eliminados para o bom funcionamento da corporação e para que não aconteçam ruídos ou danos de valor à companhia.

Nesses grupos encontramos os riscos financeiros, operacionais, de planejamento, de conformidade (relacionados a regras do governo ou de autoridades reguladoras), ambientais, dentre outros tantos exemplos que podem impactar tanto na reputação de uma empresa, quanto nos seus resultados, atingindo ainda os seus colaboradores, setores jurídicos e tributários, política de compliance, podendo culminar na falência ou ruína financeira da organização, situação em que o alto risco leva à perda de todo o capital investido.

Dessa forma, é fundamental que os empresários estejam atentos aos riscos envolvidos no seu negócio, gerenciando-os de forma prioritária, a fim de evitar ações que possam abalar a empresa, prejudicar o seu crescimento ou gerar a sua depreciação. Gerenciar riscos não é exatamente sobre eliminar todas as ameaças existentes, mas é sobre ter consciência da sua existência e saber previamente as atitudes que poderão ser tomadas para contornar possíveis efeitos danosos.

Para tanto, é necessária a implementação de alguns processos na empresa, que podem ser sintetizados em quatro etapas principais do gerenciamento de riscos: identificar, avaliar, mitigar e monitorar. Vejamos a seguir cada uma delas:

• Identificação: identifique os riscos potenciais em uma situação, considerando as circunstâncias específicas, como objetivos, recursos e regulamentos;
• Avaliação: avalie a probabilidade de o risco ocorrer e o potencial de dano associado a ele. Isso ajudará a determinar a prioridade de cada risco e quais medidas devem ser tomadas;
• Mitigação: tome medidas para reduzir ou mitigar o risco. Isso pode envolver a implementação de controles preventivos, tais como o uso de equipamentos de proteção pessoal, a adoção de melhores práticas operacionais, ou a implementação de políticas e procedimentos de segurança. Outra abordagem pode ser a realização de um hedge, como a contratação de um seguro;
• Monitoramento: monitore os riscos regularmente e revise o plano de gerenciamento de riscos para garantir que tudo esteja funcionando adequadamente. Esteja pronto para fazer ajustes sempre que necessário.

Os benefícios do gerenciamento de riscos são evidentes. Além de ajudar a identificar problemas – muitas vezes antes que eles aconteçam, reduzindo custos com ações corretivas -, ele ainda facilita a tomada de decisões e aumenta a satisfação dos clientes, num ciclo de melhoria contínua que deve ser integrado ao cotidiano da empresa, permeando seus fundamentos, processos e tecnologias.

Gabriel Garcia é graduando em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Fez intercâmbio na Oslo Business School, na Noruega, e atualmente integra o time de Inteligência de Negócios da Az Gestão Empresarial.