Pequenos negócios, grandes saltos: como pequenas empresas estão adotando a inteligência artificial

27-06-2025 | Notícias

Mesmo com um ritmo cauteloso, a adoção da IA por pequenas empresas é inevitável

Enquanto grandes corporações aceleram a adoção da inteligência artificial (IA), muitos pequenos negócios ainda caminham com cautela. Mas essa diferença de ritmo não significa desinteresse — e sim desafios específicos. Uma nova pesquisa do Reimagine Main Street, conduzida pelo Public Private Strategies Institute, lança luz sobre como pequenas empresas estão, aos poucos, integrando a IA em suas operações.

O estudo, com cerca de mil negócios com faturamento anual entre US$ 25 mil e US$ 5 milhões, mostra um cenário dividido:

  • 25% já usam a tecnologia de forma ativa.
  • 51% estão testando ou explorando possibilidades.
  • 24% ainda não adotaram nem planejam fazê-lo.

Essa fotografia pode parecer um retrato de atraso. Mas também pode ser lida como um sinal de transição estratégica: mais de 75% das pequenas empresas já consideram, de alguma forma, o uso da IA em seu modelo de negócio.

O que impulsiona os primeiros adotantes? Tempo e resultado

Entre os que já utilizam IA no dia a dia, a lógica é semelhante à de grandes empresas: automatizar tarefas repetitivas, ganhar agilidade e liberar tempo humano para atividades de maior valor.

  • 90% usam IA para marketing e criação de conteúdo.
  • 76% adotam ferramentas para aumentar a produtividade dos times.
  • 60% exploram a tecnologia para inovar produtos e serviços.

A grande motivação é clara: economia de tempo e suporte à tomada de decisões mais estratégicas. Funções como previsão de fluxo de caixa, identificação de tendências de clientes e alocação inteligente de recursos estão entre as aplicações mais citadas.

E o que trava a maioria? Falta de tempo, confiança e clareza

Por que, então, metade das empresas segue em fase de teste? Os principais freios identificados são:

  • Preocupações com segurança e privacidade de dados.
  • Falta de tempo e conhecimento técnico para explorar as ferramentas.
  • Dúvidas sobre os reais benefícios financeiros da IA para seus contextos.

Um salto que pode vir de dentro (e de fora)

Diante dessas barreiras, especialistas recomendam dois caminhos acessíveis:

  1. Conversar com outros empreendedores que já estão usando IA e colher aprendizados práticos.
  2. Ouvir os próprios colaboradores, que muitas vezes já experimentam ferramentas de IA em contextos pessoais ou paralelos ao trabalho — e podem indicar usos valiosos e espontâneos dentro da empresa.

Esse diálogo interno pode revelar onde a IA pode automatizar processos, gerar inteligência de mercado ou otimizar o atendimento ao cliente.

O que os pequenos querem das big techs

Empresas menores também mandaram recados claros aos desenvolvedores de IA. Segundo os respondentes da pesquisa, os principais pedidos para acelerar a adoção são:

  • Interfaces mais simples e intuitivas.
  • Foco nos objetivos reais de pequenos negócios, como economia de tempo, melhor entendimento do cliente e crescimento escalável.
  • Ferramentas adaptadas por setor, já que as necessidades de uma padaria são diferentes das de um escritório de contabilidade.

IA: de tendência a requisito competitivo

A pesquisa conclui que, mesmo com um ritmo cauteloso, a adoção da IA por pequenas empresas é inevitável. O ganho de eficiência, insight e competitividade é claro — e cresce conforme surgem aplicações mais acessíveis, práticas e personalizadas.

Como resume Rhett Buttle, presidente do instituto que liderou o estudo:

“A IA está deixando de ser um diferencial para se tornar essencial à competitividade. E as pequenas empresas estão percebendo isso.”

A boa notícia? Ainda dá tempo de começar pequeno — e pensar grande.

Fonte: Portal Administradores
Foto: Canva

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