Mesmo com um ritmo cauteloso, a adoção da IA por pequenas empresas é inevitável
Enquanto grandes corporações aceleram a adoção da inteligência artificial (IA), muitos pequenos negócios ainda caminham com cautela. Mas essa diferença de ritmo não significa desinteresse — e sim desafios específicos. Uma nova pesquisa do Reimagine Main Street, conduzida pelo Public Private Strategies Institute, lança luz sobre como pequenas empresas estão, aos poucos, integrando a IA em suas operações.
O estudo, com cerca de mil negócios com faturamento anual entre US$ 25 mil e US$ 5 milhões, mostra um cenário dividido:
- 25% já usam a tecnologia de forma ativa.
- 51% estão testando ou explorando possibilidades.
- 24% ainda não adotaram nem planejam fazê-lo.
Essa fotografia pode parecer um retrato de atraso. Mas também pode ser lida como um sinal de transição estratégica: mais de 75% das pequenas empresas já consideram, de alguma forma, o uso da IA em seu modelo de negócio.
O que impulsiona os primeiros adotantes? Tempo e resultado
Entre os que já utilizam IA no dia a dia, a lógica é semelhante à de grandes empresas: automatizar tarefas repetitivas, ganhar agilidade e liberar tempo humano para atividades de maior valor.
- 90% usam IA para marketing e criação de conteúdo.
- 76% adotam ferramentas para aumentar a produtividade dos times.
- 60% exploram a tecnologia para inovar produtos e serviços.
A grande motivação é clara: economia de tempo e suporte à tomada de decisões mais estratégicas. Funções como previsão de fluxo de caixa, identificação de tendências de clientes e alocação inteligente de recursos estão entre as aplicações mais citadas.
E o que trava a maioria? Falta de tempo, confiança e clareza
Por que, então, metade das empresas segue em fase de teste? Os principais freios identificados são:
- Preocupações com segurança e privacidade de dados.
- Falta de tempo e conhecimento técnico para explorar as ferramentas.
- Dúvidas sobre os reais benefícios financeiros da IA para seus contextos.
Um salto que pode vir de dentro (e de fora)
Diante dessas barreiras, especialistas recomendam dois caminhos acessíveis:
- Conversar com outros empreendedores que já estão usando IA e colher aprendizados práticos.
- Ouvir os próprios colaboradores, que muitas vezes já experimentam ferramentas de IA em contextos pessoais ou paralelos ao trabalho — e podem indicar usos valiosos e espontâneos dentro da empresa.
Esse diálogo interno pode revelar onde a IA pode automatizar processos, gerar inteligência de mercado ou otimizar o atendimento ao cliente.
O que os pequenos querem das big techs
Empresas menores também mandaram recados claros aos desenvolvedores de IA. Segundo os respondentes da pesquisa, os principais pedidos para acelerar a adoção são:
- Interfaces mais simples e intuitivas.
- Foco nos objetivos reais de pequenos negócios, como economia de tempo, melhor entendimento do cliente e crescimento escalável.
- Ferramentas adaptadas por setor, já que as necessidades de uma padaria são diferentes das de um escritório de contabilidade.
IA: de tendência a requisito competitivo
A pesquisa conclui que, mesmo com um ritmo cauteloso, a adoção da IA por pequenas empresas é inevitável. O ganho de eficiência, insight e competitividade é claro — e cresce conforme surgem aplicações mais acessíveis, práticas e personalizadas.
Como resume Rhett Buttle, presidente do instituto que liderou o estudo:
“A IA está deixando de ser um diferencial para se tornar essencial à competitividade. E as pequenas empresas estão percebendo isso.”
A boa notícia? Ainda dá tempo de começar pequeno — e pensar grande.
Fonte: Portal Administradores
Foto: Canva