Assim como a natureza, nós somos seres cíclicos. Passamos por fases e portanto também vivenciamos alguns fechamentos ao longo do caminho. O mais comum deles é o final de ano, aquele período em que refazemos metas, decidimos mudar, nos propomos a evoluir, muitas vezes sem que tenhamos realmente concluído o capítulo que estávamos escrevendo até agora.

De fato, não é porque o dia mudou de 31 de Dezembro para 01 de Janeiro que encerramos propriamente um ciclo, mas a virada do ano sempre traz consigo um clima festivo, uma renovação de esperança, toda uma atmosfera psicológica que contribui para que recebamos de braços abertos novos desafios.

Gerencialmente falando, o fim do calendário anual é mais do que um bom momento para celebrar com as equipes: é o período perfeito para que se avalie em conjunto o desempenho do trabalho realizado, identificando pontos fortes e fracos e permitindo que se aprenda com os erros, projetando melhorias para o futuro. É tempo de rever e atualizar o Planejamento Estratégico, de tirar antigas ideias do papel e de lançar novas.

Para os colaboradores, o fechamento do ciclo de um ano traz direcionamento e motivação, na medida em que eventuais ajustes são colocados e que os feedbacks acontecem. O olhar atento e a conversa franca sobre o que foi feito ao longo dos últimos meses é importante para manter o ímpeto e o entusiasmo das pessoas envolvidas, sendo fundamental para formar equipes de alta performance e, consequentemente, para o sucesso e o progresso contínuo das empresas.

O impacto positivo do início de um novo ciclo também pode ser sentido na cultura organizacional, na medida em que essa comunicação transparente de que falamos anteriormente promove um ambiente de trabalho cada vez mais colaborativo, reforçando os valores das empresas e refletindo no comportamento dos funcionários.

O sentimento de pertencimento – aquela sensação boa de fazer parte de algo maior, de um grupo que compartilha os mesmo objetivos, de contribuir para o sucesso da empresa como um todo – é outra potencial consequência maravilhosa do adequado fechamento de ciclos, do qual um bom gestor deve se valer.

Claro que tudo isso pode e deve ser incentivado e cuidado continuamente. Falamos no início deste artigo que os ciclos não se encerram necessariamente com a virada do ano. É muito possível que nesse período estejamos, aliás, no meio de um projeto, e não no fim. Mas o que trazemos aqui é o viés da oportunidade de aproveitar o ensejo psicológico favorável para alavancar ainda mais todas as potencialidades dos colaboradores – que são, em verdade, a empresa.

Implementar um calendário anual de eventos integrativos, promover programas de desenvolvimento de habilidades, propiciar treinamentos, rodas de conversas, celebrações de conquistas em conjunto, enfim, há diversas possibilidades e ferramentas para colher os frutos que abordamos aqui, mas o encerramento de um ano parece ser sem igual no que tange à movimentação da energia, da determinação, da força interna que nos impulsiona a agir e alcançar nossos objetivos.

Todo final implica um novo começo, merecedor do nosso foco, do nosso interesse. Que assim seja no ano que se aproxima: que nossa motivação nos leve a rever o que for necessário e a transformar coisas boas em coisas ainda melhores!

E lembrem-se: o único ciclo que não podemos deixar encerrar em nossas vidas pessoais e profissionais é o do estudo. So, lifelong learning to you and happy new year!

Gabriel Garcia é graduando em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Fez intercâmbio na Oslo Business School, na Noruega, e atualmente integra o time de Inteligência de Negócios da Az Gestão Empresarial.