Gestão de incertezas: o grande desafio das lideranças em 2024

5-12-2023 | Notícias

Gestão de incertezas – esta é, sem dúvida, um dos grandes desafios das lideranças empresariais no Brasil e mundo afora, neste momento em que quase todos estão desenhando ou revisando suas estratégias e (re)definindo prioridades para 2024. Para além das dinâmicas específicas de cada mercado, uma ampla gama de fatores se entrecruza, exigindo de todos nós uma abordagem tanto qualitativa, quanto adaptativa no planejamento estratégico do próximo ano.

Com vários pratos no cardápio (de mudanças regulatórias e tributárias a avanços tecnológicos, de eventos geopolíticos e fenômenos meteorológicos ao custo do dinheiro), mais do que aquilo que já se sabe, as empresas precisam estar preparadas para navegar por cenários imprevisíveis e potenciais interrupções.

Para tal, elas precisam garantir que, nos seus planos para 2024, há margem para a flexibilidade em suas estratégias e capacidade de resposta proativa à mudança. Pois o planejamento estratégico, diante de tantas incertezas, envolve análise de cenários e testes de estresse diante de múltiplos cenários futuros.

Claro que hoje já contamos com o apoio de ferramentas de análise preditiva e prescritiva que nos permite melhor avaliar o impacto potencial nos negócios e os desdobramentos de cada um. Assim, uma abordagem prospectiva permite que as organizações identifiquem vulnerabilidades, antecipem desafios e desenvolvam proativamente estratégias para mitigar riscos. O que exige, sobretudo, equilibrar uma perspectiva de longo prazo com a aceitação da mudança como uma constante.

Finalmente, cabe ainda lembrar da crucial importância da boa definição das metas. Elas dão o norte para que a empresa avance em meio a indefinições, surpresas ou guinadas bruscas no seu mercado ou no contexto macroeconômico, seja em termos locais ou globais. Se estão bem-definidas e, mais ainda, adequadamente desdobradas por todo o time, elas garantem o alinhamento de fato, a certeza de que todos estão remando rumo à mesma direção.

Se começamos o ano com uma guerra na Europa, agora a ela se soma uma guerra no Oriente Médio. Se começamos o ano com o encarecimento do dinheiro para custear novos projetos e expansões, terminamos 2023 ainda com taxas de juros altas – ainda que no Brasil a tendência seja de baixa, nos Estados Unidos se estabilizaram em patamares que são recorde histórico neste século. Ainda assim, surpreendendo a todos, a economia americana dá provas de sua resiliência com o consumo mantendo-se forte.

Alguém tinha como prever o cenário atual há 12 meses? Dificilmente. De todas as perspectivas traçadas há um ano, das poucas que permanecem sem qualquer mudança é a de que as empresas precisam usar cada vez mais as tecnologias emergentes para tomar decisões baseadas em dados, permanecer produtivas e impulsionar a competitividade – independentemente das surpresas que 2024 possa trazer.

No esquenta-esfria do consumo, no aperta-afrouxa dos juros, no sossega-desinquieta dos mercados, se Guimarães Rosa fosse um gestor neste século XXI talvez dissesse que o que o atual cenário exige de nós é uma abordagem sistêmica, pragmática e adaptativa.

Fonte: Valor Econômico, por Vivianne Martins

Foto: Gerd Altmann, por Pixabay

 

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