A discussão sobre o que realmente pesa mais na retenção de talentos — o salário ou os benefícios — tem ganhado cada vez mais espaço nas empresas. Enquanto o salário continua sendo um fator determinante na decisão de permanência ou mudança de emprego, os benefícios vêm se consolidando como um diferencial estratégico, especialmente diante das transformações no perfil dos profissionais e nas prioridades das novas gerações.
O salário, por sua natureza objetiva, ainda é um grande atrativo. Ele representa o reconhecimento direto pelo trabalho realizado e impacta de forma concreta o padrão de vida do colaborador. Bons salários atraem bons profissionais e mostram que a empresa valoriza suas competências. No entanto, a remuneração por si só pode não ser suficiente para garantir o engajamento no longo prazo. Em ambientes de alta pressão ou com clima organizacional tóxico, mesmo um salário competitivo pode perder o poder de retenção. Além disso, quando o valor do salário se torna o único motivador, há um risco maior de rotatividade em função de propostas mais vantajosas financeiramente, mesmo que o novo ambiente não ofereça qualidade de vida.
Já os benefícios, especialmente os mais modernos e flexíveis, têm conquistado espaço por atenderem demandas mais amplas dos colaboradores. Planos de saúde de qualidade, horários flexíveis, possibilidade de trabalho remoto, programas de bem-estar, desenvolvimento profissional, auxílio psicológico, apoio à educação e até licenças estendidas são apenas alguns exemplos de benefícios que, muitas vezes, fazem com que o colaborador se sinta acolhido e valorizado em sua individualidade. O lado negativo é que, quando mal estruturados ou mal comunicados, os benefícios podem passar despercebidos ou não serem percebidos como vantajosos o suficiente, perdendo seu impacto.
Com a entrada da nova geração no mercado — jovens que cresceram em um mundo digital, com maior acesso à informação e valores mais voltados à qualidade de vida, propósito e equilíbrio — o peso dos benefícios tem aumentado consideravelmente. Para muitos desses profissionais, mais importante do que apenas ganhar bem, é sentir que trabalham em um lugar alinhado aos seus valores, que respeita seu tempo e oferece oportunidades reais de crescimento e aprendizado. Essa geração valoriza a autonomia, a diversidade, a saúde mental e o impacto que seu trabalho gera na sociedade.
Em um cenário onde o trabalho está se tornando cada vez mais dinâmico e conectado com a vida pessoal, empresas que equilibram uma boa remuneração com um pacote de benefícios pensado com empatia e flexibilidade tendem a ter maior sucesso na retenção de talentos. No fim das contas, o que realmente pesa é a combinação de fatores que fazem o colaborador se sentir reconhecido, respeitado e parte de algo maior.
Fonte: Administradores
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