A geração de energia por meio de fontes renováveis e a criação de serviços para atender à eletrificação do transporte devem ser os principais pontos de crescimento da Enel nos próximos anos, segundo o presidente da empresa, Nicola Cotugno, em entrevista ao Broadcast Energia.
Em meio à transição da matriz energética do País, que visa estimular o aumento a participação de fontes solar e eólica, a empresa pretende reforçar a aposta nessas modalidades de geração por meio da subsidiária Enel Green Power.
A subsidiária está com investimento de R$ 5,6 bilhões em cinco empreendimentos, principalmente em usinas eólicas, que devem entrar em operação comercial até o final de 2022, incrementando o portfólio da empresa com 1.300 megawatts (MW) de energia. Na geração solar fotovoltaica, a companhia aposta no crescimento da modalidade de geração distribuída (GD). “Estamos gerando energia a custos mais competitivos com projetos que podem ser desenvolvidos entre 12 e 15 meses”, disse o executivo.
De acordo com Cotugno, os investimentos da companhia em geração devem ser destinados principalmente a projetos greenfields em terra, embora a empresa esteja aberta a avaliar oportunidades de aquisições que apareçam no mercado. Já em relação à atuação com geração eólica no mar (offshore) o presidente da Enel avalia que, por se tratar de projetos mais complexos e caros, a opção faz mais sentido para países com território menor e que ofereçam poucas oportunidades de crescimento em terra.
“Aqui (no Brasil) temos a sorte de ter um território grande, livre, com muito vento e sol. Não podemos falar que não tem sentido fazer offshore em nenhum lugar, mas no Brasil faz pouco sentido”, afirmou.
Apenas no primeiro semestre deste ano, o volume de produção eólica e solar da Enel aumentou 83% na comparação com o mesmo período do ano passado, principalmente devido à entrada em operação comercial do complexo Lagoa dos Ventos.
No segmento de distribuição, a empresa quer se antecipar à tendência de eletrificação e aposta em aumentar a digitalização das redes para torná-las mais eficientes para, no futuro, harmonizá-las com a GD e consumo eficiente.
Uma das medidas que a Enel está adotando neste sentido é a instalação de medidores elétricos. Os primeiros 100 mil foram instalados recentemente em bairros da capital paulista, e a empresa pretende chegar a 150 mil aparelhos conectados até março de 2022. Para as próximas fases, a empresa espera chegar a 300 mil medidores inteligentes em funcionamento. “E depois vamos seguir em evolução. Obviamente instalar oito milhões de medidores é trabalho de anos”.
Outro foco da companhia será atuar no desenvolvimento de soluções para a área de transportes elétricos, segmento que ainda não avançou no Brasil, mas, que, para Cotugno, deve se desenvolver nos próximos anos. “É desejo de prefeitos, governadores e empresas privadas criar a mobilidade elétrica, e vai mudar cenário no qual operamos”.
Novo endereço
Neste início de outubro, a companhia iniciou a mudança de seus escritórios em São Paulo, onde começou a transferir suas atividades de Barueri para o complexo Parque da Cidade, na Avenida Nações Unidas. Lá ficarão as sedes da holding no Brasil, da distribuidora e da Enel X, empresa de serviços do grupo.
A Enel também está de mudança no Rio de Janeiro, onde a empresa pretende sair de Niterói para o edifício Aqwa Corporate, na região conhecida como Porto Maravilha, no bairro Santo Cristo. Na capital fluminense ficará a distribuidora no Estado, a Enel Trading e a Enel Green Power, focada em geração renovável.
Para Cotugno, as mudanças permitirão uma maior interação e aproximação da empresa com clientes e parceiros.
Fonte: Agência Estado / Notícias